Olha a bolha d'água
no galho!
Olha o orvalho!
no galho!
Olha o orvalho!
Olha a bolha de vinhona rolha!Olha a bolha!
Olha a bolha na mãoque trabalha!
Olha a bolha de sabãona ponta da palha:brilha, espelhae se espalha
Olha a bolha!
Olha a bolha!
Olha a bolha
que molhaa mão do menino:
que molhaa mão do menino:
A bolha da chuva da calha !
Cecília Meireles
CANÇÃO DA INDIAZINHA
.NA, na,
mas porque chora essa menina?
Pela flor do maracujá.
Mas, se eu lhe der uma conchinha,
a menina se calará?
Aána, aáni na na.
Na, na,
se eu lhe der a asa da andorinha,
a cantiga do sabiá?
Aáni, aáni, na na
Na, na,
nada disse: que esta menina
quer a flor do maracujá.
Na, na.
E ela a quer apanhar sozinha !
E chora que chora a menina
pela flor do maracujá.
Na na.
Cecília Meireles
mas porque chora essa menina?
Pela flor do maracujá.
Mas, se eu lhe der uma conchinha,
a menina se calará?
Aána, aáni na na.
Na, na,
se eu lhe der a asa da andorinha,
a cantiga do sabiá?
Aáni, aáni, na na
Na, na,
nada disse: que esta menina
quer a flor do maracujá.
Na, na.
E ela a quer apanhar sozinha !
E chora que chora a menina
pela flor do maracujá.
Na na.
Cecília Meireles
A bailarina
Cecília Meireles
—
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
—
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
—
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
—–
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
—-
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
—-
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
—-
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
—-
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Chovem duas chuvas:
de água e de jasmins
por estes jardins
de flores e nuvens.
Sobem dois perfumes
por estes jardins:
de terra e jasmins,
de flores e chuvas.
E os jasmins são chuvas
e as chuvas, jasmins,
por estes jardins
de perfume e nuvens.
de água e de jasmins
por estes jardins
de flores e nuvens.
Sobem dois perfumes
por estes jardins:
de terra e jasmins,
de flores e chuvas.
E os jasmins são chuvas
e as chuvas, jasmins,
por estes jardins
de perfume e nuvens.
—-
—-
o cavalinho Branco
À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!
Cecília Meireles
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